O principal conteúdo da versão Intergrade, entretanto, vem a partir do episódio Intermission. Estrelado pela já conhecida dos fãs, Yuffie Kisaragi, a expansão segue uma história paralela aos acontecimentos da campanha principal e, principalmente, traz novas mecânicas para a utilização da ninja de Wutai. Os jogadores que adquiriram o título para PlayStation 4, têm a opção de realizar a atualização sem custos adicionais. Porém, o episódio Intermission deverá ser adquirido separadamente. Cabe relembrar que tal expansão é exclusiva para o PS5.

A caçadora de Materia de Wutai

Ao lado da surpreendente junção do antigo sistema ATB (Active Time Battle) com um sistema de batalha direcionado para a ação em Final Fantasy VII Remake, o título ainda trouxe diferentes mecânicas para cada um dos heróis controláveis; Cloud, Barret, Tifa e Aerith. Considerando o jogo original de 1997, ainda teremos cinco novos personagens para controlar de forma extensa nas próximas partes do remake. Na verdade, agora faltam quatro. A quinta personagem jogável do remake é Yuffie Kisaragi. Mesmo sendo um dos heróis opcionais no contexto da jornada do título do PlayStation, a ninja apareceu de forma constante tanto nos jogos do universo expandido de Final Fantasy VII, quanto em outros games, como na franquia Kingdom Hearts. Do ponto de vista da jogabilidade, confesso que estava apreensivo quanto à possibilidade de as mecânicas da Yuffie e do Red XII serem muito similares às da Tifa; personagem mais ágil do grupo inicial. Não é o caso. Yuffie é, sim, rápida, mas a base de suas mecânicas está na utilização de sua Shuriken. Em Final Fantasy VII Remake, cada personagem possui uma ação única mapeada no botão triângulo; Cloud muda para uma forma agressiva, Barret dá uma saraivada de tiros, Tifa aplica golpes marciais que podem ser alterados a partir de outra habilidade, Aerith carrega e lança um golpe mágico capaz de segurar um pouco o inimigo no local. Já Yuffie chega com a habilidade Throw — arremessar sua arma no inimigo selecionado. Existem algumas consequências disso. Primeiramente, após atirar a shuriken em um inimigo, a arma fica presa nele gerando dano. Quem joga pode tanto apertar triângulo novamente para ir em direção à shuriken e dali continuar um combo, ou golpear de longe com o ataque normal. Tal golpe pode ser alterado a partir da habilidade de Ninjutsu quando há uma barra de ATB disponível — para quem não lembra, os golpes comuns não dão muito dano em Final Fantasy VII Remake, mas, ao atacar, defender e esquivar, o personagem preenche a barra do ATB, dando ao jogador a oportunidade de “pausar” ação e escolher utilizar golpes, magias ou itens. O Ninjutsu escolhido pode ser fogo, água, vento ou raio. Dessa forma, a personagem acaba sendo muito menos dependente de materias elementais do que os outros heróis, pois cobre toda a variedade elemental de fraquezas a partir de uma habilidade sua, podendo deixar o espaço (limitado) de materia para outras habilidades, magias e buffs. Além disso, Yuffie também possui um botão dedicado para se afastar do inimigo. Em meio a um combo, por exemplo, é possível segurar o botão de ataque fazendo a guerreira pular para trás. Dessa forma, a jogabilidade proposta para a Ninja é de administração entre se afastar e se aproximar de forma ágil. No melhor estilo de jogos de heróis — pense em League of Legends ou Overwatch, por exemplo, é possível também desviar de golpes e se movimentar pelo cenário a partir de mecânicas de ataque. Essa é uma tendência que me agrada bastante em todo o Remake e que vem sendo construída a partir da individualidade jogável de cada herói. E Yuffie ainda tem ajuda em sua missão. Outro guerreiro ninja de Wutai, Sonon Kusakabe, aparece como dupla da já conhecida heroína. Este, figura inédita no universo de Final Fantasy VII, não é controlável diretamente, mas pode sim ser direcionado a partir dos golpes ATB, além da mecânica de sinergia entre os dois. Quando apertamos L2, Sonon passará a realizar o mesmo golpe de Yuffie; atacando fisicamente de forma conjunta, ou mesmo utilizando os ninjutsus elementais. Este é outro fator de jogabilidade que funciona a partir do “vai e vem”. É importante saber quando usar, pois Sonon agir de forma individual é essencial para puxar a agressividade dos adversários, dando mais chance para Yuffie poder parar em um espaço e aplicar os fortes golpes elementais. Em contrapartida, no momento em que o inimigo está pressionado ou mesmo em estado de stagger, abre-se a janela para ambos atacarem sinergicamente. Quem gostou do sistema de batalha e das mecânicas de Final Fantasy VII Remake estará muito bem servido com a jogabilidade trazida a partir da estreia de Yuffie e seu parceiro Sonon.

Intermission: Wutai contra a Shinra

Como apontado acima, o episódio estrelado pela ninja Yuffie se dá paralelamente aos acontecimentos da campanha principal. Mais precisamente no intervalo entre a missão no Reator 5 e o incidente do Setor 7, para dar a referência aos que conhecem. Yuffie chega em Midgar como uma enviada de Wutai para roubar uma poderosa materia supostamente detida pela Shinra em sua sede. Para tal, a guerreira contacta uma célula diferente do grupo rebelde Avalanche. Dessa forma, conhecemos algumas caras novas e vemos um pouco mais das diferenças entre as tendências dentro da organização. A expansão funciona de forma familiar: existe uma parte mais aberta para realizar algumas missões paralelas, além de dois trechos mais extensos de jogo impulsionando a trama para frente. O enredo desenvolve um pouco mais a Yuffie, posicionando a personagem em um campo mais cômico, com cenas surpreendentemente divertidas. Lembramos tratar-se de uma guerreira experiente, porém ainda em seus anos de adolescência e com uma personalidade jovial e brincalhona. Também toca mais no impacto da Shinra ao redor do mundo e na guerra imperialista contra Wutai, além de contar sobre nosso parceiro Sonon. Alguns membros da Shinra retornam da campanha principal como os antagonistas do episódio, além de termos a apresentação de alguns inimigos do universo expandido dentro do contexto do Remake. Além destes adversários, também existem novos chefes e monstros para derrotar. Terminar a campanha da expansão, aliás, habilita um desafio extra para os personagens da campanha principal no capítulo 17. O desfecho da trama serve para posicionar Yuffie na jornada, criando também novos rivais e antagonistas para a ninja, além de trazer um final extra para a turma de Cloud, apontando os caminhos da próxima parte.

Relaxando com Fort Condor

Reafirmando uma tradição da série, Final Fantasy VII Remake Intergrade traz um novo minigame. É, em verdade, uma roupagem nova de um já presente no título original de 1997. Forte Condor, aqui, é um viciante e popular jogo de tabuleiro. Gostei bastante do novo minigame, ainda que esteja razoavelmente preocupado disso sinalizar para a inexistência do trecho na segunda parte do título. Veja, uma das principais e mais interessantes características de FF VII é descobrirmos como a Shinra afeta cada canto do mundo. Dentre estes, o Fort Condor original traz uma história bastante interessante de opressão e resistência. Dito isso e feita a ponderação, viciei no jogo em Intermission e fiquei até com vontade de existirem mais adversários. É preciso defender a sua torre principal, e consequentemente as duas auxiliares, na media em que o objetivo é destruir a base do adversário. Para tal, gastamos pontos de ATB (é, aqui tem também) para colocar soldados, veículos e máquinas no tabuleiro. Nossas unidades, então, agem automaticamente, seguindo mais ou menos a rota em que foram colocados e engajando com as unidades inimigas no caminho. Como um bom jogo de tabuleiro, podemos encontrar pela expansão novas unidades, além de novos tabuleiros que funcionam como a base para a seleção do nosso time — cada tabuleiro possui um dado número de espaços para unidades, além de velocidade de reposição própria e até mesmo magias importantes para ditar o ritmo da partida. Yuffie pode desafiar uma leva de NPCs conhecidos da campanha principal, para então chegar ao posto de campeão. O modo Difícil, além de funcionar de forma similar ao new game + da campanha original, também gera desafios extra para o Fort Condor.

A parte upgrade do Intergrade

Como apontado antes, a campanha principal é virtualmente a mesma em termos de conteúdo, contando apenas com a adição de um inimigo extra para ser desafiado no capítulo 17 depois de terminarmos o conteúdo do episódio adicional. A atualização traz a possibilidade de escolher entre um modo visual — em 4K e 30fps — e um modo de performance — em 1440p e 60 fps. Sugiro deixar o modo performance como principal, alternando para o modo visual apenas quando quiser apreciar alguns cenários e tirar boas fotos. Aliás, o modo fotografia de Final Fantasy VII Remake Integrade é bastante agradável. É, bem verdade, menos robusto que outros vistos por aí, mas traz algumas opções de filtros e enquadramentos. O mais interessante é poder pausar e ver diferentes movimentos no meio de tantas ações rápidas dos personagens, e das múltiplas habilidades, magias e golpes existentes.

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